terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mais um verão...

Porto Alegre se humaniza nos verões. Com a chegada do calor um grande número de moradores abandona a cidade para fugir da canícula e, creiam-me, os verões de Porto Alegre fazem lembrar aquela imagem de um forasteiro que se arrasta sem esperanças pelo deserto. Nosso calor é de gente grande e as temperaturas absolutas dizem pouco: é preciso passar por aqui no verão para entender melhor.

Sempre digo que uma cidade só é administrável até os quinhentos mil habitantes, depois disso tudo vira um salve-se-quem-puder. Não há serviços nem infraestrutura que suporte o número de habitantes das grandes cidade. E não é uma questão da qualidade da administração, mas da impossibilidade de convivência num espaço exíguo.

Para organizar as grandes cidade é preciso acabar com a qualidade de vida dos seus moradores em nome da qualidade de vida dos moradores. Parace um contrasenso, mas é algo real. Vejam, por exemplo, o rodízios de veículos em São Paulo. Quem entra no dia em que não pode usar o seu veículo perde qualidade de vida, mas é um preço a pagar para que se possa andar pela cidade.

Por isso é que Porto Alegre melhora nos verões: há menos gente dirigindo nas ruas, ocupando as calçadas, estacionando nas vagas. Há lugares nos cinemas, nos restaurantes, há um melhor tratamento de todos para todos. Recupera-se um pouco da dignidade e da civilidade.

O calor? Esse é o preço a pagar...

sábado, 31 de janeiro de 2009

Uma cidade sem motivos pra sorrir

Moro numa cidade chamada e que se diz sorriso, mas em que não é fácil encontrar motivos pra sorrir. Um lugar com um sorriso no nome e uma carranca na alma? Não, não é assim que somos. Somos diferentes, somos um povo que vive sorrindo, e sorrindo apesar. E sorrimos por vários motivos e até sorrimos sem ter motivos.

Não sei dizer o quanto isso é qualidade ou defeito. Seja como for, é característica estranha que foge a lógica dos livros e dicionários. Vestimos uma espécie de máscara na face, e sorrimos. E sorrimos um sorriso imotivado, estranho. Dizem, os nossos detratores, que só os idiotas sorriem quando os motivos são pra se chorar. Exagero...

Não somos débeis, somos apenas seres estranhamente alegres. Somos portoalegrenses, mas, antes de tudo, somos brasileiros, gente capaz de avaliar um presidente e seu governo como ótimo e bom mesmo quando ele - o governo - é bem ruim, é péssimo. Só gente feliz é capaz dessa proeza. Um feito de heróis...

 

sábado, 10 de janeiro de 2009

Domingo

O dia amanheceu sorrindo neste domingo 11 de janeiro. Depois de um sábado chuvoso, um domingo de sol para compensar todos os que esperam por um pouco de alegria no final de semana. Dia de passear de mãos dadas, de tirar a camiseta e ser acariciado pela brisa e pelo sol.

Dia de pais e filhos, dia dos namorados, dos solteiros e dos descasados. Dia de sair por aí sem destino, dia de reencontrar a natureza, dia de guardar na memória as muitas imagens que o olhar vai clicando dos cantos e recantos da nossa cidade.

Não deveríamos ser escravos do clima, se há beleza na chuva, no frio, no vento gelado? Certamente, que tudo o que vem da natureza nos convém, é necessário para que a vida continue. Mas não há nada mais alegre do que um dia de sol! Um dia de sol é como se o mundo nos sorrisse.

 

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Cidade dos Contrastes

Vivemos numa cidade de grandes contrastes. Alguns diriam que isso é que nos torna diferentes, ou que empresta um certo charme a cidade. Não sei, eu sou mais adepto das médias, não gosto de grandes contrastes. Não nego que eles acrescentem qualidade a algumas características citadinas, as planícies e os morros, por exemplo, são contrastes geográficos interessantes.

O mesmo não se pode dizer, por exemplo, dos casebres das nossas vilas e das mansões dos condomínios fechados, das "villas" dos mais abastados, que geram um outro tipo de grande contraste, nesse caso o social (sem falar no de serviços públicos: esgotos, pavimentação, segurança, etc).

O clima é outro aspecto contrastante em Porto Alegre. Nossos invernos são frios e nossos verões quentes. A amplitude anual chega a atingir os quarenta graus centígrados, variando dos invernos de zero grau aos verões de quarenta. Sem falar que muitas vezes a amplitude atinge essa faixa em menos de 24 horas.

Reclamar do clima é burrice - se bem que em tempos de aquecimento global caiba, ao menos, um protesto. Resta-nos (nós, os portoalegrenses) aceitar e viver nessa gangorra climática.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Notícias da cidade

A cidade continua com uma cara carrancuda. O tempo não quer saber de primaveras e outros bichos. Nada de amenidades, tudo funcionando na base do oito ou oitenta. Calor, frio e muita chuva transforma o clima num legítimo samba do crioulo doido. Ninguém mais sabe se é resultado do el ninho, da la ninha, ou da nossa ação daninha sobre o ambiente.

A boa notícia de Novembro é a chegada da Feira do Livro. O evento que toma conta da praça da Alfândega na capital, sempre é motivo de festa com suas bancas e barracas recheadas de livros por entre as árvores. É uma festa para os que gostam de literatura. Como dizem por aí, me incluam nessa!

A cidade continua com seu centro fechado para o Rio Guaíba. Fruto da enchente de 1941, a cidade tem um muro que a separa - visual e fisicamente - do rio que a margeia.Depois de quase setenta anos - e várias gerações - sem conseguir conviver com o Rio Guaíba, o muro é o tipo do remédio que acabou por matar o doente.

Apesr de tudo, dizem que a cidade continua sorrindo... Espero que não seja um sorriso irônico!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Voltaram os bondes


Voltaram os bondes. E o pior é que não se trata dos românticos carros elétricos que antigamente usavam circular nos trilhos pelas ruas da cidade - Porto Alegre - no século passado. Ainda lembro dos vários percursos pela cidade: Menino Deus, Teresópolis, Azenha, Centro, Cidade Baixa, Petrópolis, etc.

Os bondes de hoje não são veículos, ao menos não os de transporte dos tempos românticos, mas grupo de jovens marginais, bandos de arruaceiros da pior espécie que percorrem as ruas da cidade promovendo saques, arrastões e brigas com outros grupos assemelhados.

Com a sabida impunidade que os jovens gozam pelo nossa legislação, principalmente porque a maioria situa-se na faixa entre 15 e 17 anos (inimputáveis penalmente pela nossa legislação), a polícia limita-se a retê-los e liberá-los - ou encaminhá-los a uma das instituições encarregadas de lidar com jovens infratores - o que equivale a liberá-los.

Esse é mais um símbolo da falência da familía. Não há mais contrôle sobre a nossa juventude, que se julga no direito de agir como verdadeiros celerados irresponsáveis.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A festa(?) da democracia

Nunca vi eleição tão vazia como essa de 2008 para a administração municipal de Porto Alegre/RS. Vazia de conteúdo, idéias, ou propostas úteis (sérias?), todos os candidatos limitam-se a papagaiar que são melhores do que os seus antecessores, como costumam dizer todos os candidatos em todas as eleições, a velha ladainha que nunca levou ninguém a lugar nenhum  

O Tribunal Superior Eleitoral esforça-se divulgando propaganda incentivando a participação popular no pleito. Difícil tarefa! Eu sou um dos céticos que não acreditam mais nesses processos como uma forma de eleger representantes melhores. A política e os políticos tupiniquins não possuem passado que recomende.